Sem título.

Quarto vazio (só eu aqui fazendo companhia para mim mesma). Cidade em chamas lá fora. Pessoas andando pelas calçadas – algumas sem destino algum, apenas, andando. Carros por todos os lados – buzinas em alto som, atormentando as audições de quem passa por perto. Bares abertos – pessoas bêbadas (não sei se bebem por prazer, abstinência, ou apenas, pra fugir dos problemas do dia a dia). E eu continuo aqui, fugindo de todo esse caos que está lá fora. Ultimamente tenho me trancado mais dentro do meu eu, do que nunca. As janelas killer tem, tentado me dominar (janelas killer são pequeníssimas áreas do córtex cerebral, onde nelas são arquivadas nossos traumas, fantasias, fantasmas, baixa auto-estima, timidez, ciúmes, entre outros) mas por outro lado as janelas light tem surgido de dentro de mim (nelas são as imagens altruístas, a solidariedade, a paciência, os prazeres, a sensibilidade entre outros). E sei que tenho que deixar me controlar, decifrar os códigos e tentar controlar dentro de mim essas tais janelas. Enquanto isso, me prendo em meu mundo – não tenho tido muito prazer com o mundo lá fora. Então fico aqui, me reservando, me auto-estudando, decifrando os meus códigos aqueles aos quais sei que será melhor pra mim, que não me fará mal o bastante pra me destruir. Enquanto a noite se prepara para adormecer – eu fico aqui, viajando, desvendando meus pensamentos e sentimentos. O dia a dia não tem sido mui amigo comigo. Algo que me fazia tão bem, não está perto de mim (talvez nunca tivesse). Meus sentimentos estão á flor da pele, todos os dias tenho tentado controlar de todas as maneiras, fazendo coisas as quais ocupam minha cabeça. E assim vou seguindo. Lá fora o mundo gira, gira... Ás vezes para um lado, ás vezes por outro. Mas, algumas coisas nunca mudam – cidade em chamas, pessoas por ela, carros por todos os lados. Enfim, o verdadeiro caos do mundo. E só nos resta, seguir a diante, o mundo nunca para de girar, e nós também não.