quinta-feira, 24 de julho de 2014

Nessa noite.

Enquanto a noite passa. O vazio no meu quarto se habita. O silêncio vagueia. Nada me resta a não ser, debruçar-me sozinha nessa cama imensa. Pensamentos tormam conta de mim, não consigo nem ao menos relaxar para dormir. Levanto-me e vou a varanda - a brisa da noite bate suavemente em minha face, e recordo que realmente estou só, fico a mirar a noite para comprovar que não está; (lágrimas). Hoje somos apenas dois estranhos, e sei que cansei de lutar contra os ponteiros do relógio, a gôndola não pode voltar a batida passada, nosso tempo terminou.
Volto a minha cama, encolho-me nas cobertas. E sei que logo esse amor cansado passará, e que irei me libertar desse vazio que hoje me faz companhia. Já não há mais nada que questionar, só resta esperar que essa ferida cicatrize - que meu velho e feliz sorriso volte a habitar em meu rosto. O tempo não volta, o tempo voa; e nesse tempo farei com que a minha felicidade dependa somente de mim. Que eu seja motivo de cada sorriso. Mas, por enquanto fico aqui, eu e essa cama vazia e essa lareira acesa, esquentando meu coração, nessa noite fria.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O início

Amanheceu o dia frio, e a vontade de passar o dia na cama é grande - desço devagar o cobertor e vejo um pouco de raio de sol sair pelas cortinas, céu nebuloso. O despertador ainda não tocou, resta-me alguns minutinhos. Para a minha frustação.. (soar do despertador).
Levanto-me na esperança que a chuva não deixe-me sair. -minutos depois- Para minha frustação, o dia está apenas preguiçoso. Decidi sair a pé mesmo. Sentir um pouco do amanhecer transpassar minha pele. Hoje o dia não será fácil, todos de férias, viajando e eu tendo que estudar, por vontade dos meus pais, insistem que eu vá.. Além dessa pacata cidade não ter nada -suspiros-.
Tenho me sentido um patinho fora d'água. Não conheço quase ninguém aqui, sinto falta da minha velha cidade, não é muito diferente dessa, mas pelo menos tinha meus velhos e adoráveis amigos. Que nesse exato momento, devem estar curtindo o parque que todo começo de férias, da o ar da graça por lá. Bom, enquanto vivo nesta cidadezinha, terei que me acostumar com o sussurrar do nada.
-Na escola- e para piorar, as pessoas insistem em me olhar, sou a nova atração do momento, e isso é um saco. -arrgg- espero que esse ano passe e que eu possa viajar no final do ano. E ir para minha adorável cidade, rever meus queridos amigos. Mas enquanto esse dia não chega, prefiro sentar um pouco atrás na sala, assim evito que tantas pessoas me olhem. Isso me deixa ridiculamente envergonhada. -poucos minutos depois no intervalo-.
Como já relatei, prefiro me distanciar dos olhares até no recreio. Mas algo está diferente hj, sabe aquela sensação de que tem alguém te olhando direto? -levanta a cabeça e olha para frente-. _Céus! (Suspirou baixo) - baixou a cabeça rápido. Ele é tão, tão... -olha novamente e baixa a cabeça rápido-. Qual é a dele e porque está com esse sorriso de lado?! Será que está rindo de mim?! Era só o que me faltava.. mas ele é tão, tão... lindo!
-levantou a cabeça e o encarou-, ele está me deixando sem graça, não tira os olhos de mim (pensamentos). -olhou de um lado para o outro, voltou a encara-lo-. Ele levantou-se e foi ao seu encontro e deiu-lhe um papel em suas mãos, com aquele riso torto no rosto; deixando-me sem reação.
O vi sair e se perder no meio de alguns alunos. Abri rapidamente aquele pequeno papel. Admirei-me ao ler o que tinha escrito. Sorrir em seguida, voltando a olhar se ainda o via. Mas ele já não estava. (Suspiro)

O bilhete: "tão admirável e tão vergonhada. É bom fazer amizades sabia? Rsrs. R.M, prazer!

sábado, 19 de julho de 2014

Anoite em companhia

Noite está calada, um silêncio insano, tempo frio, cadeira gélida a meia luz na varanda; só me resta semtar e navegar nesse murmúrio. Encolho-me e fico a observar o céu - como imaginei, não há vestígios de estrelas para iluminar a alma, apenas o céu estar a combinar com a noite. Nem ao menos sereno estar, as nuvens o cobrem quase por completo, está tão sombrio. Fecho os olhos e fico apenas a sentir, toda essa solidão. Depois de algumas decepções, nosso corpo e coração, fica um pouco desencorajado. Não sinto-me triste, tampouco desacreditada, apenas vazia.
Algo me deixou fortemente calada, e esse momento nao há cantor melhor, onde eu possa estar do que, fazer companhia a essa noite. Depois de tantos reveses, entro em silêncio com meus próprios pensamentos. O futuro é uma incógnita, hora tudo parece "perfeito", outrora, um "avalanche". Mas, pouco a pouco as coisas se dissipam, e o coração enobrece. Porém, por enquanto, fico-me aqui, encolhida no meu canto sentindo o sereno da quase madrugada - o frio não irá diminuir, e juntamente a ele, outra companhia ilustre, a mãe lua; que hoje ilumina sozinha a noite, em meio a tantas nuvens. Trazendo-me a sensação se que... mesmo meio de tantas nuvens consigo enxerga-la. E logo, em algum momento, serei a luz no céu onde alguém, virá a me escolher - serei a recompensa de alguém, como a mesma se tornou para mim hoje.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Lembranças

De certa forma, creio que ele sempre estivera em meus pensamentos. Costumo comparar a uma nuvem, onde pode não aparecer diariamente,  mas de vez em quando dar o ar da graça no céu. Às vezes, branda; algumas carregadas de água, onde logo deságua fazendo chover em terra. Logo são assim as lembranças - dias que lembro repentinamente, outras vezes pensamentos mais complexos; chego a sentir o cheiro dele paira dentre minha respiração.
Alucinações? Creio que sim, e quando fecho os olhos, tenho a leve impressão de está vendo-o. Só sensações... a muito tempo ele se fora para longe de mim, nalgum lugar do país. Porém,  sempre me recordo... o cheiro, o sorriso, todos os seus trejeitos. Foi um tipo de paixão mal resolvida. Tinha se tornado a minha cascata de hormônios - onde toda a dopamina, endorfina e todos os outros hormônios eram ativados, e liberados a meu corpo trazia  a tona: alegria e felicidade intensamente. Poucos até hoje, ou talvez nenhum, me causaram tantos sintomas intensos e avassaladores em mim.
Creio que, seja por isso, que até hoje lembro-me tanto dessa paixão. Um avalanche de sensações, no qual jamais será esquecida. Entretanto,  guardo dentro dos meus mais restritos pensamentos. Vez em quando, busco-os para lembrar do quão foi bonito e gostoso viver tudo isso. E assim, vou seguindo deixando resquícios do que fora para mim. Enquanto eu viver, estará comigo cada lembrança.
                
                Foi bom te conhecer, paixão!

 
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