Diariamente parte II


Odeio me sentir assim. Fria, chata. Parece que tem um buraco dentro de mim, um buraco negro, perverso, sangrento. Tenho a velha mania se me sentir assim, “sozinha” mesmo tendo tanta gente ao meu redor. Isso me faz mal. Reservo-me demais. Tranco-me no “meu mundo” e saiu dele quando coloco tudo pra fora. Todas as minhas mágoas, minha duvidas, as minhas bobagens. Mas esse é meu jeito.  Nunca fui muito de me expressar, demonstrar sentimentos. Sempre fui uma garota reservada, quieta. No colegial nunca fui das meninas populares da escola, mas apesar desse meu jeito, tinha facilidade de construir amizades (ou melhor, as pessoas se aproximavam de mim). Sou do tipo de pessoa que gosto de observar, sempre fui muito observadora, quando conheço alguém, gosto de estudar a pessoa antes de qualquer brincadeira que eu vá a fazer. Acredito também que eu seja divertida. Gosto de rir, sorrio com muita facilidade (com bobagens, consigo arrancar um sorriso do meu rosto), mas tenho uma grande facilidade de mudar meu humor em fração de segundos. Agora. Nesse instante. Tem algo dentro de mim, que parece que vai explodir. Uma vontade de gritar aos quatro cantos do mundo, (aquele grito libertador). Libertar a minha alma, libertar o meu coração que muitas vezes é duro consigo mesmo. Uma vontade tremenda de chorar, chorar até lavar toda a minha alma, o meu ser interior; lavar o meu corpo – até a minha casca seca, umedecer e renovar a minhas células. Ser uma pessoa melhor comigo mesma. Ser mais aberta para as novidades da vida. Libertar-me das sombras que me atormentam sempre ao amanhecer e ao entardecer do dia. Gostaria profundamente de mudar, ser cada vez mais humana, saber me dá mais para com o próximo. Só não sei como me expressar. Meu coração é puro, não gosto de desejar mal a ninguém, nem para aqueles que muitos dizem precisar. Acredito ser sim, uma pessoa de coração “mole”, quando vejo alguém mal que precisa de um colo pra desabafar, não meço esforços para ajudar (algo bate dentro de mim, uma motivação de tentar amenizar o sofrimento daquela pessoa). Mas quando é para mim, sinto que são poucas as pessoas que vem ate mim, que tenta me entender. Mas mesmo assim, eu aceito a minha sentença, não reclamo, gosto de tentar me dá mais pras pessoas (essa é a minha parte humana favorita), me dou sem pensar na recompensa. Esse é meu lado humano de Deus dentro de mim. E sinto-me bem com isso, apesar de todos os apesares!
 
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