quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um giro por ai, a fora

Cada passou que dou nessa estrada da vida – vejo o quão nós não aproveitamos nada dessa vida. Ou melhor, não usufruirmos da verdadeira essência que nos podemos degustar. Cada passo que dou – silenciosos – olhando cada rosto que passa por mim, quantas expressões. Dois rapazes a minha frente, um de mochila nas costas, brevemente um estudante – passadas ligeiras, sem muita expressão; olhando para o chão, passa rápido por mim, mal consigo decorar o seu semblante. Logo à frente, uma senhora com o celular no ouvido, passa rapidamente pelo meio da rua, e eu logo a estudo – socialmente uma pessoa normal, semblante de uma pessoa bem vivida, aparentemente bem. E assim vou estudando cada coisa que passa por mim, andando sem rumo, mas observando tudo a minha frente. E assim, ocupando minha cabeça e a esvaziando. E por cada rua que passo – decoro algo que acho interessante. Olhando cada folha que se meche nas arvores, a descida da calçada para deficientes, o verde da grama seca do teatro municipal. Logo mais a frente, o design dos casarões modificados pouca coisa, desde o tempo que a cidade foi fundada. E assim fui seguindo, desvendando tudo o que meus olhos viam. Como o ecossistema em si, é repleto de perfeição e ao mesmo tempo incompleto! O vento levanta mais meu cabelo a cada movimento brusco que dou – que fantástico – a brisa limpando cada gota de suor que sai dos meus poros, refrescando minha pele. A vida e suas facetas. Sozinha em meu caminho – nesse sentido: “sozinha” soa como algo bom (eu acho), nunca fui muito de andar em bandos, gosto de sair sozinha, esvaziar um pouco a cabeça, ficar sozinha comigo mesma, é sempre tão bom. Creio: que seja algo que todos, ou pelo menos deveriam gostar ou mesmo experimentar. O meu silêncio, muitas vezes é o meu melhor remédio – meu silêncio para a sociedade ao meu redor, mais um turbilhão de palavras, frases, imagens – sendo compartilhadas de mim para mim.  


Kaynara Marinho

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