segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Old Child


A criança de ontem, ainda vive em dias de hoje. Aquela criança que não teve todos os sorrisos quando mais nova, ainda libera hoje mais velha. Naqueles dias que não teve o “dad” por perto, fez-se na imaginação a sua presença e assim sorria. Naqueles dias que se sentia sozinha, fez amigos imaginários para brincar. Naqueles dias na escola, quão era bom, fez amigos de tantas formas, que alguns até hoje lembra. Aquela criança que ganhou a primeira bicicleta branca com rosa, hoje ainda lembra com precisão o quão o sorriso era pleno. Aquela criança ainda é tão viva hoje – cheia de sorrisos, medos (de escuro, fantasmas, bicho papão). A essencia jovial existirá para sempre, mas a alma é tão velha. Dizem que nossas células conseguem decifrar realmente quando anos temos realmente, sinto que tenho muito mais idade do que imagino. Aparentemente sou jovem, mais interiormente estou em meados aos meus 47 anos ou mais – e espero viver mais. Enfrentando tudo e a todos que vierem a me derrubar. A criança tem sede de viver, a velhice tem sede de continuar até ver as rugas por todos os lados. Minha alma assombrada pelas várias formas, pelas quais passou nas passagens pelo tempo, solta-se da minha carcaça a ascende para o alem. De uma hora para outra, passo de criança para mulher, sendo que momentos depois a velhice me consome e logo depois, retorno-me, como garota. É uma mistura árdua, de sentimentos, pensamentos, lembranças; entrelaçadas, em um pulsante e definido órgão que reside em meu peito. Sim, o coração, que por sua vez está perdido em um infinito labirinto chamado vida. Meus olhos pesados e profundos ás vezes foge do ser vivo que tente entendê-los. As minhas portas estão entreabertas – quase nunca estavam; mais comecei a abri-las para ares límpidos começarem a entrar. Meu toque, e meus lábios cansaram já de ansiar por algo que não os pertence. A respiração pesada me, condena; a quantidade escassa de ar dentro dos meus pulmões, muitas vezes não o suficiente, mas é o que me matem de pé. Aquela sensação de não ser o suficiente para o mundo, perdura. Porem, assim vou seguindo, arrastando-me, lentamente fugaz e desesperadamente vivaz.

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